Mantida decisão que revogou doação de imóveis por ingratidão de ex-mulher
Atentado contra a vida do doador, injúria grave e calúnia foram os motivos da anulação
Um homem, ao se separar de sua mulher, fez a esta doações de imóveis e depósitos em dinheiro. Passado algum tempo, a mulher teria efetuado disparo de fogo em frente à casa do doador e ex-marido. Tal atitude, unida ao fato de que a mulher, em outra ocasião, compareceu à polícia para acusar o ex-marido de ter contratado seguranças para invadir sua casa, fez com que este movesse contra ela uma ação ordinária revogatória das doações.
Em sede de apelação, o TJ/PE entendeu ter havido atentado contra a vida do doador, injúria grave e calúnia, e revogou as doações. Mas a ex-esposa recorreu ao STJ. Alegou a inexistência do atentado, e que os fatos que em tese constituiriam calúnia e injúria de fato ocorreram, de modo que não haveria crime. Alegou, ainda, a impossibilidade da revogação das doações, pois estas se tratariam de e doações de caráter remuneratório pela dedicação, zelo e atenção que ela sempre dispensou ao matrimônio e filhos – não apenas aos do casal, mas também aos do primeiro casamento do doador.
O relator, ministro Marco Buzzi, reconheceu que a jurisprudência do STJ já se manifestou no sentido de que, para a revogação de doação por ingratidão, exige-se que os atos praticados sejam marcadamente graves, como os enumerados no artigo 557 do Código Civil, mas destacou a impossibilidade de rever a decisão do tribunal de origem, por força da Súmula 7 do próprio Tribunal.
“Tendo o tribunal de origem concluído pela ocorrência de atos graves, praticados pela recorrente e caracterizados como atos de ingratidão, na forma da legislação então vigente, rever tal conclusão demandaria novo exame das provas dos autos, sobretudo para investigar todas as circunstâncias envoltas nos inúmeros atritos ocorridos durante a sociedade conjugal e narrados no processo”, disse o relator.
A decisao do TJ/PE, portanto, foi mantida em sua integralidade.
Por Danilo Fernandes Christófaro
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9 Comentários
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E aí, quando a mulher é uma "florzinha de se cheirar" como essa que foi descrita, existe alguma lei MÁRIO DO ROCHEDO, que o homem possa invocar? continuar lendo
Mulheres vermes como esta, devem ir morar no esgoto. Parabéns pela decisão judicial. continuar lendo
Pra mim que não sou da área de direito o texto foi confuso, só entendi a decisão no final pois diz: "A decisao do TJ/PE, portanto, foi mantida em sua integralidade." e a mulher recorreu ao STJ, então a decisão de revogação da doação foi mantida. continuar lendo
Sim foi mantida a revogação. continuar lendo
Se ele fez essas doações por vontade própria, foi justo a decisão judicial; se ele concedeu por obrigação legal, a decisão judicial foi injusta. É o meu ponto de vista pessoal (não sou advogado). continuar lendo
Perciliano, sua noção de justiça está correta, porém, se fosse por decisão judicial não seria "doação". Doar é um ato de vontade própria, ninguém pode ser forçado a "doar". continuar lendo